terça-feira, 19 de julho de 2011

Glaydson Coutinho, por Lívia Karynne

Conselhos de Amigo!

Gladynhoo!! Lembra quando eu te chamava assim?

É com imensa felicidade que hoje, depois de longos dias esperando meu amigo Glaydson, que faz odonto em Natal e vai iniciar o 4°semestre, me enviou a resposta de algumas perguntinhas.... Conheci o Glaydson no Terceiro ano, assim como eu, ele é de uma cidade pequena do interior do ceará, Quiterianópolis, e teve que sair para estudar. Ele é uma das pessoas mais inteligentes, amigas, sincera que já conheci e é detentor de uma humildade e sabedoria conhecida por poucos.
Oh, Saudades!!!!

Temos muitas coisas em comum, entre essas, alguns projetos, quem sabe iremos juntos ao Amazonas? Bem, daqui a pouco vou começar a chorar, lembrando dos nossos bons tempos de escola, específicas, aulão de férias, as voltas para casa, e aquela macarronada que ainda hj tô te devendo, mas vou pagar viu?! Apareça aqui em casa!! chega de lá, lá... leio o que realmente importa a entrevista, concedida gentilmente pelo Dr. Glaydson Coutinho.
Dr. Glaydson Coutinho!



1. Quando e por que você decidiu cursar Odontologia?
Sou de Quiterianópolis, na região Inhamuns do Ceará, uma cidade onde a maioria da população sobrevive da agricultura e/ou pecuária, além daqueles que são servidores públicos ou possuem algum empreendimento. É importante destacar que, nenhum dos membros de meu grupo familiar atua na área de saúde, todos estão relacionados direto ou indiretamente a educação.
Estudei até o 2º ano do ensino médio em minha cidade, mas ao chegar o pré-vestibular percebi a importância de uma maior e melhor preparação para a futura graduação. Juntos, como sempre, pai, mãe, vovôs, vovós, tios, tias, primos, primas, amigos, amigas, vizinhos e conhecidos, ajudaram na primeira mudança radical em minha vida: ir a uma cidade vizinha, estudar numa escola particular conhecida, morar longe da família e do círculo de amizades que construí em 16 anos... Foi difícil, mas era necessário.
Superei as dificuldades: chorei, sorri, cantei, brinquei, fiz amigos, estudei muito, pulei, falei, ouvi, amei... Foi mágica essa experiência. E junto a ela, veio o desafio de escolher: “O que você quer ser quando crescer?”, mamãe e papai, como boa parte, sonhavam com medicina... Mas, não. Queria sim, nunca pensei em cursar outra área a não ser a da saúde, porém medicina não estava dentro dos planos.
Tentei na UFC para Direito, pois gosto muito de História e viajei nos livros paradidáticos, cheguei a 2ª fase, mas fui vencido... Chegando 2010, fui submetido a uma intervenção cirúrgica para a retirada de um dente supranumerário, onde considero o meu divisor de águas para a escolha da profissão, para tornar-me um PROFISSIONAL DE SAÚDE: vi a forma como um dentista sério, competente e comprometido com seu paciente, consegue minimizar a dor, trazer a saúde e o bem estar... Decidi cursar ODONTOLOGIA.
Ação Global 2011!

2. A decisão de morar longe de casa, em outro Estado, sozinho, poderia ter pesado negativamente em seu 1° semestre? O que te motivou a continuar em Natal, apesar da distância?
Sim, por estar a quase 1000 Km de casa, não seria fácil vencer a distância, superar os obstáculos e esquecer os medos. Fiquei mais preocupado no 1º semestre com os colegas de classe. Quem seriam meus amigos? Saibam que a vida em capital deixa a pessoa recuada, com medo de confiar no outro. Mas encontrei, consegui algo fundamental: AMIGOS VERDADEIROS, meu grupo de estudo, dos trabalhos e atividades acadêmicas, além de uma família amiga de meu pai, que abriram as portas de sua casa para mim por um mês, onde considero que se não tivesse acontecido isso, não teria “sobrevivido” nessa selva de pedras, que é uma capital. Pois, nesse momento inicial, você avalia sua vida passada, observa o presente e planeja o futuro.
Gostei da estrutura e da visão de futuro da Universidade, ganhei amizades sinceras, encontrei um ótimo local para morar, enfim, adaptei-me a Natal. Saibam que não gostava muito de pensar em morar em Fortaleza, naquele tumulto, naquela correria do cotidiano e na violência urbana. Não é que em Natal isso não aconteça, mas numa escala menor, óbvio que a população é 3 vezes menor, mas o clima, o ambiente da cidade é bem convidativo.
                                 

3. O que mais te encanta na Odontologia?
A capacidade que o cirurgião-dentista tem de vencer, superar desafios. E como podem perceber da minha recente história de vida, gosto de DESAFIOS.
Veja, no Brasil, as políticas de saúde bucal da população são um desafio a ser superado por nossos governantes, muito tem de ser feito para que nos tornemos uma referência nesta área. E vejo-me, não como um futuro dentista, mas um profissional de saúde, que terá a missão de reverter um quadro de descaso e esquecimento com a saúde bucal do brasileiro. Lutar sempre, desistir nunca. Saiba que ao final desses 5 anos pretendo não ir para minha cidade, para uma ESF ou consultório particular, e sim, realizar o concurso das forças armadas. Quero atuar nas regiões tão desprezadas de nosso país, para mim não importa distância, importa a felicidade e um sorriso contagiante.

4. O que você diria há um estudante que pretende fazer vestibular para Odontologia, mas está em dúvida?
Na vida, ninguém é forçado a nada. Você responde por seus erros e acertos, sabe-se que em alguns momentos é de fundamental importância uma análise geral, onde nessa, podemos ter o auxílio de outras pessoas com conselhos e ideias. Mas, cada um carrega em si o “dom de ser capaz e ser feliz”, essa capacidade será alcançada se fizermos tudo que nos for proposto com seriedade e humildade. E a felicidade, vem por consequência, mostrando-nos que aquela atividade que desenvolvemos no dia-a-dia é gratificante e recompensadora, não só financeiramente, mas profissional e pessoalmente.
E a Odontologia deseja que seus profissionais sejam homens e mulheres capazes de mudar, transformar, melhorar a saúde bucal e, até mesmo, sistêmica do paciente. Considere-se não um futuro Cirurgião-Dentista, mas um profissional disseminador de saúde, onde essa causa tem de ser abraçada e defendida em qualquer parte desse planeta. Faça Odontologia não por dinheiro ou realização de alguém, mas por vontade de mudar nossa realidade.

5. Quais são os seus planos e objetivos para depois de formado?
Profissionalmente, desejo realizar um concurso das Forças Armadas para atuar em diversos Estados do Brasil, atendendo a todos aqueles que necessitem de um atendimento mais humanizado e integralista de saúde. Pessoalmente, pretendo encontrar convencer a amada a ser minha “rainha”, aquela com que quero ter uma família unida e feliz, com muitos filhos. Espero após alguns anos de serviço militar, retornar a minha cidade e atender, dignamente, a todos aqueles que desde a infância estiveram ao meu lado em minha caminhada.

6. Agora, quase iniciando o 4º semestre, o curso correspondeu a todas as suas perspectivas?
Consegui perceber, graças as próprias alterações curriculares da UnP, uma busca constate de termos um SUS (Sistema Único de Saúde) mais eficiente e eficaz, onde todos: sociedade, governantes, profissionais e usuários, tenham um relacionamento mais amistoso e que possibilite um atendimento mais humanizado, integralista, descentralizado e universalista, como defende as diretrizes e princípios do SUS. Além da própria estrutura que a Universidade tem nos proporcionado, com instrumentos e metodologias ativas que visam à intrínseca relação da prática com a teoria, facilitando nossa inserção no mercado de trabalho.

7. Que conselho você daria para mim e meus colegas que ainda estamos iniciando o curso?
Inicialmente, diria que não vejam a Odontologia como algo a satisfazer um ou outro, mas sim, a você. Tenha em mente que precisamos, enquanto cirurgiões-dentistas, mudar a realidade de saúde bucal de nosso país, sendo assim, temos que pensar com integralidade, inserindo nosso paciente na sua realidade do cotidiano.
País rico é país sem pobreza, como sugere o governo federal, mas país rico é também aquele onde todo cidadão e cidadã tenham seus direitos básicos à vida assegurados. E essa afirmação, depende não do SUS, mas de cada um que se comprometeu, se envolveu e deu a vida para lutar pela vida de outros.
Pensem grande, lutem pela união da classe odontológica: uma chuva é forte quando todas as gotinhas caem juntas! Uma andorinha só não faz verão, mas muda muita coisa. Dificuldades surgirão, obstáculos, dúvidas, intrigas, desilusão, mas a Odontologia, seu paciente, um Brasil do Presente e não mais do futuro, esperam por você!
Obrigado Lívia pela oportunidade, e espero contribuir e dar uma rápida apresentação do que nos espera. Para reflexão, deixo uma frase de uma Irmã de Currais Novos-RN, que vi num programa jornalístico: “Só VENCE, quem LUTA. E só LUTA, quem tem CORAGEM!”

Glaydson, eu é que agradeço!! Pode ter certeza, Adoreiiii!! Vc com o passar do tempo estar ficando cada vez mais sábio e me deixando cada vez mais sua fã!! Quero muito fazer parte dessa luta!! 

Eu falei, ele é de mais!!! espero que vocês tenham gostado, pois como aquele dente  foi um divisor de águas para o Glaydson, para mim esse texto foi fundamental, não só para mim como estudante de odontologia, mas também com cidadã..... 
Ele me fez relebrar nosso último encontro com o psicólogo, lá no nosso terceiro ano, lembra Glaydson? e assim como nosso psicólogo e motivada pelas palavras do Glaydson vou deixar a mensagem que eles no deixou naquele dia fruto da música do Gonzaguinha  Nunca Pare de Sonhar....


"Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é a semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será"

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