GRADUAÇÃO: Bacharelado em Biologia
INSTITUIÇÃO DE GRADUAÇÃO: PUC-Goiás
PÓS-GRADUAÇÕES: UFG e USP
STRICTO SENSU: Mestrado em Biologia Molecular e Doutorado em Genética.
INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS DA PESQUISA: CNPq, CAPES, FAEPA e FAPESP
ÁREA DE ATUAÇÃO: Genética e Biologia Molecular de Microrganismos Patogênicos / Micologia Clínica.
1º) QUAL O FOCO DA PESQUISA? E POR QUE A ESCOLHA DA TEMÁTICA?
Trabalho atualmente na linha de pesquisa em Biologia Molecular de Fungos Dermatófitos, no Departamento de Genética da Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto. As dermatofitoses estão entre as infecções fúngicas mais frequentes, sendo Trichophyton rubrum o dermatófito mais diagnosticado em casos de micoses superficiais em humanos. Estas micoses geralmente ficam restritas a pêlos, unhas e ao extrato córneo da pele e seus anexos, porém em pacientes imunodeprimidos podem se tornar invasivas. Outro aspecto importante é o aparecimento de linhagens resistentes aos inibidores utilizados na prática médica.
Portanto o foco da minha pesquisa é utilizar ferramentas genômicas para estudar esses patógenos causadores de infecções fúngicas em humanos, visto que são cada vez mais importantes estudos nessa área, devido ao aparecimento de linhagens resistentes aos medicamentos antifúngicos disponíveis no mercado e ao comportamento invasivo deste agente em pacientes com o sistema imune comprometido. Estes fatos e poucos estudos levam à necessidade de se ampliar o conhecimento sobre a biologia destes microrganismos e as características peculiares do processo infeccioso.
2º) QUAL A RELEVÂNCIA DA PESQUISA?
Nos últimos anos, o estudo dos processos biológicos envolvidos na adaptabilidade dos fungos às mudanças do ambiente passou a ser relevante para a medicina. Os fungos patogênicos, em especial o dermatófito Trichophyton rubrum, vem atuando de modo invasivo, sendo responsáveis pelo aumento da mortalidade de indivíduos aidéticos, pacientes imunodeprimidos ou ainda em pacientes com órgãos transplantados. Essa constatação implica na necessidade da elucidação dos mecanismos que regem a patogenicidade e a resistência a inibidores dos fungos. Desta forma, torna-se relevante a necessidade de pesquisa moleculares e bioquímicas com esses dermatófitos, de modo a identificar o grande legado de funcionalidade gênica desse organismo, e como perspectivas, utilizaremos todas estas informações úteis, de modo que as mesmas contribuam também para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para o tratamento das infecções ocasionadas.
3º) QUAL A METODOLOGIA UTILIZADA E O POR QUE DA ESCOLHA DO PROCEDIMENTO METODOLÓGICO?
Nas últimas décadas houve um aumento na incidência das infecções fúngicas, principalmente devido ao elevado número de pacientes imunocomprometidos, resultando numa maior necessidade de se conhecer os mecanismos envolvidos na patogênese destas infecções. A definição do perfil de expressão gênica e a caracterização das moléculas envolvidas na captação de nutrientes e na resposta ao estresse provocado pelas defesas do hospedeiro permitem uma maior compreensão das estratégias utilizadas pelos patógenos durante a infecção. Assim durante a minha pesquisa experimental, estou utilizando a técnica de inativação gênica por recombinação homóloga, na busca de estudar a funcionalidade de genes descritos na literatura científica como possíveis fatores de virulência.
Também utilizamos a tecnologia de sequenciamento de nova geração em larga escala para avaliar a expressão diferencial de genes envolvidos no processo de adaptação do fungo ao hospedeiro, o que será importante para esclarecer os mecanismos bioquímicos e fisiológicos envolvidos na instalação e na patogenicidade do fungo. Assim, os resultados obtidos revelarão também potenciais alvos celulares para drogas terapêuticas a serem desenvolvidas.
4º) HOUVE ALGUMA DESCOBERTA QUE POSSA SER DIVULGADA?
Sim. Já conseguimos identificar genes e fatores de transcrição envolvidos nesse processo de regulação gênica, já descritos como importantes para a virulência de outros patógenos. Possivelmente poderão torna-se alvos para o desenvolvimento de novos fármacos, porém as nossas pesquisas se encontram em fase de validação.
5º) EXISTE INTERAÇÃO DA PESQUISA COM OUTRAS ÁREAS? QUE ÁREAS SÃO ESSAS E QUAL A IMPORTÂNCIA DESSE TIPO DE INTEGRAÇÃO?
Sim. A pesquisa é desenvolvida com base em pesquisas genéticas e moleculares, mas existe uma grande integração com as áreas de microbiologia, imunologia, bioquímica e biologia celular. O que se torna importante para entender melhor as características peculiares envolvidas na biologia da relação patógeno-hospedeiro.
Rodrigo da Silva Santos – Biólogo
Mestre em Biologia Celular e Molecular – UFG
Doutorando em Genética – USP.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo
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