sábado, 11 de junho de 2011

Caroline Miranda, por João Ricardo


Carioca nascida em outubro no dia 26. Mora na Suécia,onde cursou Bacharelado em Biologia Molecular pela Universidade de Skövde e na mesma universidade esta cursando seu mestrado.

Uma pessoa muito educada e acima de tudo humilde, um verdadeiro exemplo para todos nós

Lhe enviei um e-mail que ela muito educadamente me respondeu com as seguintes repostas:

Antes de tudo escreva sobre você, de onde você nasceu, onde fez sua graduação, onde está estudando agora, etc...  

Sou Brasileira do RJ, fui morar no exterior aos 20 anos. Estudei biologia moleular na Universidade de skövde na suécia (www.his.se) e termino o meu mestrado na mesma universidade agora em junho, dia´8 é minha defesa.   


1ª) Em que consiste a sua pesquisa?


Eu pesquisei uma proteina do complexo proteico da imunidade inata NLRP3. Este complexo, quando sente que há invasão de patógenos, ativa uma proteina chamada caspase 1, que por sua vez ativa interleukinas 1 beta. As interleukinas são chemokinas, que fazem parte do processo inflamatório recrutam células fagocíticas e causam o aumento da temperatura no corpo. Minha proteina se chama PYCARD ou ASC. Ela liga o sensor de perigo (NLR) À Caspase 1. A pesquisa do meu superevisor consiste em analisar interacões entre as proteinas deste complexo (proteinas, como disse À Isabela, nunca trabalham sozinhas). O projeto era em engenharia genética, quando fiz uma proteina mutante, coloquei ela dentro de um plasmídeo (vetor) e coloquei ele dentro de bacteria (E. coli) induzindo-a e tentando fazer com que ela traduzisse meu gene para proteina.


2ª) Qual a importância da Biologia Molecular para essa pesquisa?

Mutacões na proteina NLR do complexo NLRP3 são a causa de várias doencas cronico inflamatórias como cinca, nomid e febre familiar mediterrânea. Entender as interacões dentro do complexo pode trazer beneficios no desenvolvimento de farmacos para tratamento paliativo da doenca, ou aplicacões em terapia genética para tratamentos das doencas.


3ª) Que resultados você espera obter desse trabalho?

Esperava que a bacteria expressasse meu gene mutante, e que em métodos de deteccão proteica (SDS-PAGE e Western Blot) consseguissemos ver que o meu gene havia sido "overexpressed".


4ª) Além da sua universidade você recebe apoio de alguma outra instituição?
Não


5ª) Quais as principais dificuldades enfrentadas durante a realização da sua pesquisa?

Dificuldades no planejamento, haviam muitos fatos dos quais não tinhamos conhecimento, entrei em contato com cientistas da suica e dos eUA para me darem informacões.


6ª) Como foi a sua adaptação a esse novo país?

Muito boa nos mais diversos sentidos.


7ª) Você acha que as pesquisas realizadas por pesquisadores brasileiros já tem seu merecido destaque na comunidade científica? 

Definitivamente! doencas parasitarias e específica a países tropicais acabam sendo um pouco esquecidas pelos grandes titãs da ciencia, e o Brasil está se tornando um destes no campo de pesquisas que realmente importa para nós. Doenças endêmicas no nosso país ...


8ª) Qual a sua opinião sobre os novos pesquisadores que estão chegando agora, ainda há espaço para novos trabalhos?

O campo da biologia molecular é muito grande, e ainda continua crescendo. A cada dia surge uma área nova aonde a biologia molecular se aplica! 

9ª) Na sua opinião qual a visão que os estrangeiros tem dos nossos pesquisadores e do nosso país como um todo, já somos vistos como mais do que o país do carnaval e do futebol?
Sim. Estou em comunicacão com o Instituto Osvaldo Cruz no RJ para fazer um trabalho com eles sobre leishmaniose, e quando contei ao meu supervisor ele ficou muito orgulhoso porque eu havia conseguido uma vaga em tal instituicão. Há um professor lá da Skövde que por ter filhos brasileiros, está tentando fazer uma parceria da minha universidade com alguma no Brasil.


10ª) Deixe uma mensagem para os estudantes de graduação.

Um dia de cada vez, uma prova de cada vez! Humildade e perseveranca!

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