quarta-feira, 1 de junho de 2011

Liana Alves de Oliveira, por Iara Milena

Liana Alves de Oliveira
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (2004). Defendeu a dissertação de mestrado em Genética em fevereiro de 2007 pela Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Genética Humana e Médica, atuando principalmente nos seguintes temas: microssatélites, genética de populações, pênfigo e MHC.


1) Qual foi o motivo para você escolher a sua tese?

Eu havia trabalhado durante minha 
iniciação científica com os mesmos microssatélites só que na doença Pênfigo Foliáceo. Como tenho grande interesse em genética de populações, achei que seria interessante estudar estes marcadores em populações humanas, mais especificamente nas populações indígenas Guarani e Kaingang, das quais temos amostras no laboratório. Com isso, seria possível entender mais sobre a evolução da região do MHC e também das populações estudadas.


2) Você pode falar um pouco do que sao microssatélites?
Microssatélites são também chamados de STR, do inglês short tandem repeat, que significa repetição curta em tandem. Consiste de sequências curtas de DNA (2 a 6 pares de base) que se repetem uma ao lado da outra. Muitos deles estão em regiões inter-gênicas, ou seja, não fazem parte dos genes. Porém, alguns podem estar dentro de genes. São encontrados distribuídos por todo o genoma. A maioria tem alto grau de polimorfismo, o que significa que variam muito entre indivíduos. O que determina um alelo é o número de vezes que a sequência se repete (por exemplo, 5 repetições ou 10 repetições) e é isso que varia de um indivíduo para outro. São utilizados como marcadores genéticos para diversos tipos de estudos, por exemplo, são eles que são usados para testes de paternidade ou identificação humana (genética forense).

3) Voce falou que trabalhou com uma doença auto-imune chamada Pênfigo Foliáceo. Pode falar um pouco sobre esse estudo?
O Pênfigo Foliáceo (PF) é uma doença autoimune da pele, que no Brasil ocorre de forma endêmica e é também conhecida por fogo selvagem. Como outras doenças complexas, o PF tem um componente genético e um componente ambiental. O componente genético da doença não é simples, pois não há nenhum gene que sozinho explique a susceptibilidade individual. O que acontece é que existem vários genes que contribuem para que diferentes indivíduos sejam mais ou menos susceptíveis à doença. Em diferentes indivíduos, diferentes alelos de genes diferentes podem estar contribuindo para essa susceptibilidade diferencial. O grupo de pesquisa do qual faço parte já descreveu vários genes que estão associados com susceptibilidade diferencial ao PF. Na minha iniciação científica, estudei microssatélites como marcadores genéticos para tentar encontrar regiões genômicas (dentro de uma região chamada MHC) que pudessem conter genes associados ao PF. No meu doutorado, pretendo continuar buscando genes e aprofundar a função das variações nestes genes e o porquê estas variações levam a essas diferenças de susceptibilidade.

4) Você esta realizando alguma pesquisa? Sobre o que?
Estou iniciando meu doutorado e estou na fase de elaboração do projeto. Mas, como eu disse acima, pretendo trabalhar buscando entender mais a fundo o componente genético de susceptibilidade ao Pênfigo Foliáceo.

5) Em que sua área se relaciona com a genética?
                A área de pesquisa na qual trabalho é de Genética Humana, mais especificamente Imunogenética, pois trabalhamos com genes que codificam proteínas do sistema imune. O objetivo no estudo destes genes, no meu caso, é entender o processo que leva algumas pessoas a desenvolverem a doença Pênfigo Foliáceo. Para isso, muitas vezes não estudamos genes propriamente ditos, e sim marcadores genéticos, como os microssatélites. Além disso, nosso grupo de pesquisa também tem uma linha dedicada ao estudo de genética de populações, área na qual desenvolvi meu mestrado. Nesta área, estudamos os genes e seus alelos em diferentes populações com o objetivo de descrever o comportamento tanto dos genes quanto das populações atualmente e durante sua história evolutiva. Para isso, também podemos utilizar marcadores genéticos.

6) Qual sua área de atuação?
Pode-se considerar que minha área de atuação seja Genética Humana ou Imunogenética. Meu mestrado e meu doutorado são pelo Programa de Pós Graduação em Genética da UFPR e os trabalhos são desenvolvidos no Laboratório de Genética Molecular Humana.

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